De qualquer forma, fica no ar a indagação: fosse Aécio Neves o presidente da República, faltando dois meses para a posse, teria tido condições de intervir antecipadamente na Petrobras? Como empresa sujeita às regras do Código Comercial, para que o suposto novo chefe do governo mudasse sua direção seriam necessários trâmites variados, desde a reunião da Assembléia Geral, a consulta aos acionistas e a prestação de contas dos demitidos. Possivelmente a realização de uma auditoria monumental, funcionando como agentes os futuros ministros. Nada simples como se imagina pudesse ser passado o rodo na sujeira, mas, sem dúvidas, uma intervenção branca.
Uma coisa seria certa: Aécio escolheria desde logo, ainda que aguardando a formalização posterior, um nome para dirigir a Petrobras. Alguém de peso e vulto, dotado de condições e competência para recuperar a empresa combalida, com prioridade para varrer o lixo acumulado ao longo dos últimos anos. Se quiserem um modelo tirado do passado remoto, um novo Juracy Magalhães, por sinal o primeiro presidente da Petrobras escolhido por Getúlio Vargas, apesar de oposicionista ferrenho.
Não adianta ficar especulando sobre o que seria se não fosse, mas da especulação emerge um vazio monumental: por que Dilma, reeleita, não tomou logo as providências que seu adversário tomaria? Por que, até agora, sob o pretexto de definir a equipe econômica do segundo mandato, mantém na presidência Graça Foster e seus diretores, como se nada tivesse acontecido? Nomear pode ser mais complicado, mas demitir só depende da caneta. O preço dessa vacilação é a crescente falta de credibilidade nas iniciativas do governo do PT. O tempo perdido não se recupera. Muito menos com a inação.
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