segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Aécio e Alckmin: encontros e desencontros

Na contramão de seu partido, o PSDB, que até pediu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que Dilma Rousseff fosse cassada e que o tucano Aécio Neves assumisse a Presidência em 2015, Geraldo Alckmin deve prestigiar a posse da petista, no dia 1°. Ele assume o governo de SP e embarca para Brasília. E Aécio Neves não consultou Alckmin para fechar apoio à candidatura de Julio Delgado (PSB-MG) à presidência da Câmara. O governador registrou, revela Mônica Bergamo, hoje na sua coluna da Folha de S.Paulo.
O deputado federal Duarte Nogueira, presidente do PSDB de SP, diz que Alckmin, embora não tenha conversado com Aécio, acompanhou a negociação do tucano com Delgado. 'Falei com o governador a todo instante. Ele foi informado de todas as ocorrências. Ele respeita a autonomia da bancada e, no momento certo, se quiser, dará a sua opinião.' Segundo Nogueira, qualquer 'tentativa de fazer futrica entre o Aécio e o Geraldo' será em vão.

PT perderá espaço no governo e compensa nos Estados
Ciente de que perderá espaço na configuração do próximo governo da presidente Dilma Rousseff, o PT já começou a mapear os cargos de confiança do governo federal nos Estados e em grandes cidades como forma de reverter as perdas em Brasília.
A ideia é redistribuir os cerca de 15 mil postos federais fora de Brasília identificando indicações 'politicamente obsoletas e ocupando os espaços'.
"Estamos fazendo um mapa dos cargos federais nos estados para saber quem é quem, quem indicou, qual a avaliação que a gente tem disso, e fazer uma proposta (de nomes à presidente)", diz o presidente nacional do PT, Rui Falcão

Aliados de Dilma atribuem à Lava Jato sua quase derrota
Auxiliares da presidente Dilma Rousseff até hoje atribuem aos desdobramentos da Operação Lava-Jato a redução da diferença entre ela e Aécio Neves (PSDB) no segundo turno das eleições. O primeiro revés foi a divulgação de que, segundo o doleiro Alberto Youssef, Dilma e o ex-presidente Lula sabiam das fraudes na Petrobras. O segundo foi a internação de Youssef em um hospital de Curitiba dois dias antes das eleições. A internação repentina alimentou boatos de que o doleiro, delator do esquema de corrupção, teria sido envenenado por aliados do governo.
As feridas desta campanha e de eleições anteriores deixaram os auxiliares mais próximos da presidente ainda mais desconfiados sobre qualquer assunto relacionado à Polícia Federal. O temor tem ganhado contornos de paranoia. Recentemente, um assessor do Palácio do Planalto se esquivou de um encontro com um assessor da PF com receio de que, se a conversa viesse a público, poderia ser interpretada como uma tentativa de interferência do governo na PF por causa da Operação Lava-Jato.
Com tantas nuances em jogo, a presidente teria resolvido deixar as trocas no Ministério da Justiça e na PF para ocasião menos tensa no futuro.(De O Globo)

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