terça-feira, 28 de abril de 2015

Camargo Corrêa cobrou propina, diz fornecedor

Da Folha de S.Paulo – Rubens Valente
Executivos de uma empresa de construção metálica que atuou em refinarias e plataformas da Petrobras revelaram à Polícia Federal, em inquérito na Operação Lava Jato, que a empreiteira Camargo Corrêa cobrou R$ 6 milhões para fechar um contrato com a empresa. Os destinos finais do dinheiro, segundo a investigação, foram duas firmas de fachada controladas pelo doleiro Alberto Youssef.
A quebra do sigilo da empresa MO Consultoria, usada por Youssef para receber dinheiro do esquema de desvios da Petrobras, confirmou dois depósitos, no valor total de R$ 2,8 milhões, da Metasa Indústria Metalúrgica, sediada em Marau (RS).
A versão da firma sobre os depósitos foi dita à PF, no último dia 14, por Antonio Roso, presidente do Conselho de Administração de 2000 a 2013, e por José Eliseu Verzoni, do conselho até 2011.
Verzoni disse que em 2010 foi a São Paulo para reunião com executivos da Camargo. A Metasa queria trabalhar para a empresa em obras no Porto de Suape (PE), em que receberia R$ 110 milhões.
Nesse encontro, contou, Eduardo Dobbin, identificado como gerente de suprimentos, disse que "havia um custo junto à obra relativo à 'orçamentação e precificação'" no valor de R$ 6 milhões.
Ele disse ter ouvido que a Metasa deveria arcar com esse custo, "sob pena de não receber o contrato".

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