quarta-feira, 29 de julho de 2015

Coluna da quarta-feira

 Um sem-gabinete
Um dia após assumir a Sudene, o novo superintendente João Paulo não tem gabinete para despachar hoje. Em meio à sua posse, ontem, a Justiça Federal determinou a desocupação imediata de todo o prédio da autarquia, que fica na Cidade Universitária. De acordo com documento assinado pelo juiz da 1ª Vara Federal, Roberto Wanderley Nogueira, o prédio apresenta problemas na estrutura e no sistema de combate a incêndio.
A decisão de desocupação do prédio atendeu a um pedido da Associação de Magistrados da Justiça do Trabalho. A Justiça Federal concedeu um prazo de cinco dias para que as instituições retirem os equipamentos, móveis e documentos das salas do prédio da Sudene. Os oficiais de Justiça entregaram ontem mesmo os mandados e ofícios, além de afixar editais em todas as portas e corredores do prédio, com o objetivo de informar as pessoas que ali trabalham, segundo a 1ª Vara Federal.
No mesmo edifício também estão instaladas outras repartições da administração federal, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf) e o Ministério da Saúde. Funcionam no local, ainda, os juizados da Justiça do Trabalho.
A ação não prevê para onde os órgãos que atuam no prédio devem ser deslocados com a desocupação, uma vez que o objeto do processo é apenas a "a possibilidade ou não da continuidade dos trabalhos no local". A expectativa da Justiça é de que a desocupação do edifício seja feita de forma voluntária.
Na verdade, o prédio, tão abandonado quanto à instituição, corre o risco de desabar e muitos jornalistas temiam, ontem, fazer a cobertura da posse de João Paulo, realizada num andar de risco, o 13º, em que o acesso aos elevadores é precário e o sistema de prevenção de incêndio e outros casos de emergência há muito não funciona.
Ao longo dos últimos 30 anos, o prédio não tem a mínima conservação, uma prova de que a Sudene há muito tempo virou uma miragem. Por isso mesmo, apenas dois governadores saíram dos seus Estados para vir à posse de João Paulo: o cearense Camilo Santana, muito provavelmente por ser do PT, mesmo partido do superintendente, e o socialista paraibano Ricardo Coutinho. Quanto a Paulo Câmara, este certamente foi lá para não ser descortês.
APOIO FORÇADO– Uma das raras presenças na posse de João Paulo ontem, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), fez uma defesa indireta da presidente Dilma. Disse que o País "está presenciando uma tentativa de setores da oposição em fazer com que continue parado", o que ele avalia como sendo "ruim para todos". Já o governador Paulo Câmara (PSB) foi mais contido.  Procurou ressaltar a necessidade de se manter a união em prol da governabilidade.
Primeira sugestão: fora, Dilma!– A piada do dia: o lançamento do site Dialoga Brasil, que Dilma anunciou como um fórum de participação digital que será administrado pelo governo para receber propostas de cidadãos. A ideia é que, por meio da plataforma, os brasileiros apresentem sugestões para 80 programas relacionados a 14 áreas de atuação do governo federal. Dilma já sabe o que o povo quer: seu afastamento e a prisão de toda a sua quadrilha, inclusive o chefe-mor.
Obra para inglês ver– De passagem, ontem, pelo Recife, o ministro da Integração, Gilberto Ochi, admitiu que as primeiras etapas do Eixo Norte da Transposição poderão entrar em teste no próximo mês. A "inauguração" representa 30 quilômetros de obras "entregues", mais o funcionamento de uma estação de bombeamento vertical, que leva a água a níveis em que o fluxo não consegue seguir apenas com a gravidade”, afirmou. Se a obra passar no teste, a presidente agendará uma visita para fazer proselitismo eleitoral.
Orçamento de ficção– Em sua fala, novo superintendente da Sudene, João Paulo, afirmou que vai dar prioridade à educação, ciência e tecnologia, o desenvolvimento produtivo e a sustentabilidade. Se propôs ainda a fortalecer e ampliar a articulação regional para o Nordeste alcançar mais competitividade em relação às demais regiões do País. O FNDE – Fundo de Desenvolvimento do Nordeste – tem um orçamento de R$ 2 bilhões para este ano. Mas, na verdade, é uma peça de ficção.
Dinheiro pelo ralo– O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho, lamenta que numa hora de brutal crise, o Governo Dilma venha patrocinando gastança em publicidade numa campanha que vai de encontro ao discurso oficial, no qual exige a necessidade de cortes brutais mediante o ajuste fiscal. Por isso mesmo, ontem ele enviou ofício à Secretaria de Comunicação Social do Governo cobrando explicações sobre os valores das campanhas de marketing.
CURTAS 
EM PALÁCIO– O secretário da Casa Civil, Antônio Figueira, recebeu, ontem, em audiência, o prefeito de Carpina, Carlos Moinho (PSB), que a ele entregou um relatório das obras que vem tocando em parceria com o Estado pelo FEM e pediu o empenho do governador para tirar do papel promessas de campanha.
EMENDAS– De recesso do Congresso, o deputado Ricardo Teobaldo (PTB) volta ao Pajeú a partir de hoje para cumprir uma maratona de visita às bases e anunciar boas novas. Como relator da LDO (Lei das Diretrizes Orçamentárias), o trabalhista garantiu emendas para Iguaracy, Itapetim, São José do Egito, Brejinho, Tabira, Solidão, Ingazeira e Tuparetama, municípios que constam na sua agenda.
Perguntar não ofende: João Paulo vai despachar no meio da rua?
Postado por Magno Martins às 06:00

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